Mário Souto Maior, pernambucano de Bom Jardim, meu pai, nasceu em 1920. Nasceu matuto e matuto se criou, acumulando experiências que hoje passa para o papel, através de seus livros e crônicas.
Tornou-se bacharel em Direito e pai-de-família quase ao mesmo tempo, começando sua vida profissional dividido entre a família e a profissão.Foi promotor sem ser carrasco, foi advogado sem ser mercenário e, trabalhando nesse meio, conseguiu seguir sempre sua consciência e se considera por isso um vitorioso em sua carreira.
Como se não bastasse ser advogadodos pobres, da sua gente humilde, resolveu escrever, se deixar guiar por um sonho, vivendo em um país que não valoriza sua cultura, a sabedoria de seu povo, suas tradições, que não se esforça para educar suas crianças, incentivando a leitura entre seus principais herdeiros e futuros governantes.
Assim, meu pai escreveu e publicou, até agora, 70 livros, entre outras obras.
Todas baseadas no povo e em seus costumes e tradições. Cada uma delas está marcada pelo seu toque pessoal, a seriedade e a necessidade intrínseca de realizar, de ver tomando forma, aglutinando informações quase sempre dispersas, quase que perdidas.
É o trabalho de uma vida. De quem sempre viveu e vive para trabalhar.É a vida de um operário incansável que acha, em suas atividades profissionais, fonte inesgotável de prazer, do sentimento do dever cumprido, condição indispensável para se ter um bom resultado alcançado.